Rodolfo Dornelas assume comando administrativo e moderniza gestão da Estelar

Projeto da PCH Saltinho simboliza parceria de sucesso com a Pedra Branca Escavações.

Uma transição gerencial na Estelar Engenharia aponta para uma nova mentalidade no tradicional setor de infraestrutura. Rodolfo Dornelas, herdeiro e agora gestor administrativo da empresa, assume uma posição de liderança que combina o legado técnico familiar com uma visão moldada por experiências externas e foco em planejamento estratégico. Esse movimento reflete uma busca por aprimoramento contínuo em processos e gestão, como demonstrado na recente e bem-sucedida parceria com a Pedra Branca Escavações no complexo projeto da PCH Saltinho.

Dornelas explica a mudança. "Estou migrando para a parte administrativa, deixando um pouco mais da parte técnica com o próprio Nelson [seu pai e sócio fundador]", afirma. A transição ocorre desde novembro de 2023, impulsionada pela necessidade de preencher uma lacuna administrativa surgida após o falecimento de um dos sócios em 2021. Dornelas, que iniciou como estagiário em 2009 e se tornou responsável técnico em 2018, agora comanda a gestão de ativos e a direção da empresa.

A Estelar Engenharia opera em um modelo de negócios complexo, que integra a prestação de serviços de engenharia com a participação em ativos através da Múltipla Participações. A empresa desenvolve estudos e projetos, e também se torna sócia e gestora da implantação dos empreendimentos, ao fornecer ao empreendedor ferramentas para decisões técnicas e econômicas.

Esta nova fase de gestão colhe frutos em um dos projetos mais ambiciosos da companhia: a PCH Saltinho, de 27 MW. "A gente contratou a Pedra Branca pela primeira vez na história, e foi um caso de muito sucesso a parte de execução de túnel para a gente", relata Dornelas. A experiência, segundo ele, foi "muito, muito boa".

O projeto Saltinho, cuja concepção remonta ao final da década de 1990, foi reformulado pela Estelar em 2016. A empresa alterou o plano original de um túnel de 1,5 km e uma barragem de 25 m para uma solução com 3,3 km de túnel e uma barragem de 10 m, em otimização da viabilidade econômica. A companhia reiniciou todos os estudos e destravou o licenciamento ambiental.

A complexidade da obra é notável. Situada em uma área remota, a 40 minutos de estrada de chão de qualquer cidade, o projeto envolveu a escavação de túnel. A execução, a cargo da Pedra Branca Escavações, durou aproximadamente 14 meses, um prazo que Dornelas considera rápido, dado o cenário.

O sucesso da parceria com a Pedra Branca é creditado ao planejamento rigoroso. "A gente sabia que a geologia estaria ruim em vários pontos do túnel, e como equipe, tanto Saltinho, Estelar e Pedra Branca, estávamos preparados para enfrentar", explica o gestor. Procedimentos e equipamentos estavam definidos, o que resultou em poucas paradas e alta eficiência. "Foi realmente muito eficiente", complementa.

Dornelas contrasta essa abordagem com a de outras empresas do setor. Ele observa que, por vezes, a experiência leva à subestimação dos desafios. "Às vezes, a empresa acaba menosprezando a dificuldade, achando que já fez vários, então é fácil", comenta. No caso da PCH Saltinho, a colaboração com a Pedra Branca foi marcada por critério e profissionalismo, fatores que ele considera essenciais.

Dornelas, que esteve em outras empresas, reconhece o valor da vivência externa. "Se tu estás dentro de uma empresa só, trabalhas desde sempre de um jeito, e é muito difícil subir e melhorar esse processo". Essa autocrítica evidencia uma liderança aberta à inovação e à busca por melhores práticas, valores que agora orientam a Estelar Engenharia em seu caminho de evolução.