Inventor da dinamite, Nobel transforma indústria e promove ciência e paz

Em 1867, Nobel patenteia dinamite ao combinar nitroglicerina com terra diatomácea e inova segurança.

Alfred Nobel, o homem cujo nome é sinônimo do mais alto reconhecimento pelo serviço à humanidade, construiu sua fortuna com a invenção e a comercialização de tecnologias inovadoras. Essa dualidade — entre a criação de ferramentas para a indústria e o fomento à paz e à ciência — define a história de um dos inventores mais pragmáticos e visionários do século XIX.

Nascido em Estocolmo, Suécia, em 1833, Nobel cresceu em um ambiente com forte inclinação para a engenharia. Seu pai, também inventor, trabalhava com compostos energéticos. A substância mais potente da época, a nitroglicerina, era notoriamente instável, uma característica que motivou a busca por mais segurança, especialmente após um acidente na fábrica da família que vitimou Emil, irmão mais novo de Alfred.

Diante desse desafio, Alfred Nobel focou sua pesquisa em uma solução segura. Em 1867, ele patenteou sua mais conhecida invenção: a dinamite. Ao misturar nitroglicerina com terra diatomácea, um material absorvente, Nobel criou um composto energético que podia ser manuseado e transportado com segurança, o que revolucionou o curso da engenharia industrial.

O impacto foi imediato. Setores como a mineração e a construção de túneis, estradas e ferrovias avançaram com uma eficiência sem precedentes. Onde o trabalho era manual e lento, as aplicações controladas de dinamite permitiram a remoção de obstáculos e a modelagem de terrenos, o que acelerou o desenvolvimento da infraestrutura global.

O sucesso da dinamite e de outras patentes, como a gelatina explosiva e a ballistite, rendeu a Nobel uma vasta fortuna. Ele estabeleceu fábricas e empresas em diversas partes do mundo e consolidou um império industrial. Seu nome tornou-se associado a um imenso poder de transformação.

Um evento em 1888, no entanto, é apontado como o catalisador para a criação dos prêmios. Após a morte de seu irmão Ludvig, um jornal francês publicou por engano um obituário para Alfred com o título "O mercador da morte morreu". O texto o descrevia de forma crítica. A leitura do próprio obituário teria levado Nobel a refletir sobre seu legado e como gostaria de ser lembrado.

O resultado dessa reflexão foi seu testamento, assinado em 1895. Nele, Alfred Nobel estipulou que a maior parte de sua fortuna seria usada para financiar uma série de prêmios anuais. O Prêmio Nobel deveria reconhecer aqueles que, no ano anterior, tivessem conferido "o maior benefício à humanidade" nas áreas de Física, Química, Fisiologia ou Medicina, Literatura e, crucialmente, Paz.

Alfred Nobel deixou um legado de grande inspiração. Sua vida reflete como a inovação pode impulsionar o progresso. Hoje, o nome que um dia foi associado à força de suas invenções é celebrado pelo fomento ao avanço humano — um testamento final de um inventor que usou a fortuna de suas criações para honrar o que há de melhor na humanidade.