Ravanello destaca importância do diálogo entre ciência e indústria no CBGE

Sessões abordam infraestrutura, mineração e inovações para enfrentar secas, enchentes e erosões.

Curitiba – A urgência imposta pelos eventos climáticos extremos, que causam de secas severas a enchentes devastadoras, posiciona o 18º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental (CBGE) como uma plataforma de convergência indispensável para o futuro do país. Essa é a avaliação do diretor comercial da Pedra Branca Escavações, Dalton Ravanello, que vê na crescente frequência de desafios climáticos um chamado para que a ciência, a engenharia e o setor produtivo atuem de forma mais integrada e colaborativa. Para ele, o evento é o “ambiente mais adequado para tratar o tema” e fortalecer o diálogo entre todas as esferas.

Ravanello sublinha que a percepção dos desafios climáticos não é mais uma questão regional, mas uma realidade nacional que demanda atenção conjunta. “A humanidade passa por um processo de adaptação. As grandes secas que hoje existem não ocorrem mais apenas no Nordeste; elas se manifestam também no Centro-Oeste e no Sul”, afirma. Ele recorda a recente tragédia no Rio Grande do Sul como um exemplo emblemático da intensidade dos fenômenos climáticos. “O desastre mostrou sua força, avançou por um vasto território e causou grande impacto. Portanto, estamos diante de um cenário que exige preparação e resiliência”, contextualiza.

Essa realidade, marcada por uma nova dinâmica ambiental, reflete-se diretamente nas sessões temáticas propostas pelo 18º CBGE. Tópicos como “Gestão de Risco e de Desastres”, “Obras de Infraestrutura” e “Investigação, controle e recuperação de áreas degradadas” dialogam com as preocupações levantadas pelo diretor. Ele descreve um cenário onde se observam “grandes erosões, grandes deslizamentos e a instabilidade de taludes”, fenômenos que, segundo ele, “afetam o cotidiano das pessoas e a segurança das operações”.

A interconexão entre os desafios geológicos e seus efeitos no meio ambiente é outro ponto central na análise de Ravanello. Para ele, uma questão está intrinsecamente ligada à outra, e as soluções devem ser integradas. “Todos esses fatores que afetam a geologia também repercutem no meio ambiente”, ressalta. Ele cita as queimadas no Pantanal como exemplo de um desequilíbrio que afeta ecossistemas inteiros, forçando a fauna a buscar refúgio em outras áreas. “Observamos a presença de animais em áreas urbanas, um reflexo das alterações em seu habitat natural”.

A crescente demanda por recursos naturais, impulsionada pelo desenvolvimento e pelo crescimento populacional, apresenta desafios significativos que o setor produtivo e a academia buscam endereçar. Para Ravanello, o foco está em encontrar caminhos viáveis através da inovação e da responsabilidade mútua. “A sociedade moderna demanda recursos que a geologia oferece. O desafio é conciliar essa necessidade com práticas cada vez mais seguras e sustentáveis, e é nesse ponto que o diálogo entre a indústria e a ciência se torna fundamental”, pondera. O congresso aborda essa questão em sua sessão “Mineração: Cavas, Pilhas e Barragens”, promovendo um debate sobre as melhores práticas e tecnologias para uma atividade essencial ao desenvolvimento.

Para o diretor, a busca por esse equilíbrio é uma responsabilidade compartilhada. “O consumo, a industrialização e o crescimento populacional exercem uma pressão sobre os recursos do planeta. É uma equação complexa, que exige responsabilidade e inovação de todos os lados”, reflete. “Este é o nosso único planeta, e cabe a nós, juntos, encontrarmos formas de suprir nossas necessidades de maneira inteligente e sustentável”.

Nesse contexto, eventos como o CBGE, que promovem a apresentação de trabalhos técnicos e pesquisas de ponta, são essenciais para catalisar o conhecimento e a inovação. A estrutura do congresso, com temas que vão de “Inovações e avanços tecnológicos” a “Educação e Ensino em Geologia”, demonstra a necessidade de uma abordagem multidisciplinar.

Dalton Ravanello conclui que a discussão sobre “Geologia e meio ambiente em um cenário de climas extremos” se torna cada vez mais estratégica. A complexidade do cenário exige que a comunidade técnica, científica, empresarial e industrial, reunida em eventos como o 18º CBGE, assuma o protagonismo na proposição de diagnósticos precisos e soluções viáveis para um planeta em constante transformação.