A Pedra Branca Escavações (PBEsc) inicia 2025 com foco em estratégias de consolidação e expansão nos setores de infraestrutura de energia, saneamento, transportes e mineração. A empresa planeja reforçar a presença em obras subterrâneas e otimizar operações por meio de ferramentas como ERP e business intelligence.
O diretor comercial, Dalton Ravanello, e o diretor técnico, Luiz Guilherme Isfer Maciel, concedem entrevista ao PBEsc News para detalhar investimentos e perspectivas no mercado de engenharia de túneis. O formato lembra aulas intensivas de especialização, em que qualquer distração pode acarretar a perda de informações valiosas.
As iniciativas indicam uma empresa que visa crescimento sustentável e aposta em inteligência de dados para aumentar a eficiência dos processos.
Os dois adotam uma postura didática e convidam o setor a refletir sobre alguns rumos da engenharia de túneis, com ênfase na superação de desafios econômicos. O planejamento da empresa sugere avanços em tecnologia, formação de equipes qualificadas e parcerias estratégicas.
"Gostaríamos de consolidar cerca de 20% ou 25% do montante que apresentamos", destaca Ravanello, e evidencia a meta da empresa para este ano.
Ao expressar otimismo, ele baseia suas expectativas em uma robusta carteira de propostas. "Aguardamos um leilão de energia, pois ainda é nosso principal nicho de mercado", afirma.
Além disso, a Pedra Branca direciona seus esforços também para o setor de transportes, com propostas para obras de metrô e trem em diversas regiões do Brasil. A mineração também se mostra como um mercado promissor.
"Permanecemos atentos a fatores externos, pois a economia global está muito interligada", explica. Ele destaca que a empresa monitora de perto as mudanças nos cenários político, econômico e internacional.
Mesmo com um cenário de juros altos, a PBEsc mantém o ritmo de investimentos em 2025, renova equipamentos, e amplia a frota.
A empresa mantém a constância no envio de propostas e estima um início de ano movimentado, com obras em andamento e perspectivas de novos contratos.
"As relações comerciais e a comunicação mudaram muito", pontua Ravanello. Ele destaca que a rotatividade de engenheiros faz o nome da empresa circular ainda mais no mercado, pois cada profissional guarda em si mesmo as referências e avaliações sobre as obras em que trabalhou.
Em um cenário dinâmico, a Pedra Branca se apoia em sua tradição, seriedade e portfólio de obras para abrir portas. Ravanello dá a entender que a melhor propaganda ocorre ainda no boca a boca, pois a recomendação parte de quem realmente conhece a empresa.
A Pedra Branca investe em um departamento de comunicação, voltado a valorizar todo o conjunto que compõe a empresa, priorizando o reconhecimento dos profissionais que atuam nos projetos. Essa estrutura reforça a imagem institucional e potencializa novas oportunidades de negócio em setores como saneamento, metrô e mineração.
A Pedra Branca se destaca pela agilidade em iniciar novas obras, um diferencial estratégico na engenharia de túneis. “Nossa abordagem ágil já provou ser um modelo de sucesso em diversos projetos anteriores”, afirma o diretor Maciel. A companhia mantém o que ele descreve como uma “equipe de prontidão”: um contingente mínimo de profissionais e equipamentos revisados, prontos para ativar operações no prazo de aproximadamente 30 dias.
“Contamos com uma estrutura essencial para o início imediato das atividades, capaz de dar o impulso inicial às obras”, descreve. Atualmente, a Pedra Branca conduz quatro projetos e tem como meta manter, no mínimo, uma obra ativa em cada mês de 2025. O ritmo intenso registrado em 2024, com até quatro obras simultâneas, deve continuar como parte da estratégia de crescimento da empresa.
Segundo ele, o segredo para essa agilidade é um modelo de operação enxuto. “Investimos em uma equipe bem dimensionada e em equipamentos completamente revisados e preparados para uso imediato”, ensina. Ele também enfatiza que a estrutura administrativa da empresa, incluindo o departamento de tecnologia da informação, foi projetada para sustentar essa capacidade de rápida expansão.
“Mesmo com múltiplos projetos em andamento, estamos plenamente capacitados para assumir novos desafios com a mesma eficiência”, planeja.
"O investidor brasileiro costuma buscar alternativas mesmo em ambientes adversos", comenta. Ele reforça que a empresa permanece atenta aos movimentos do mercado.
A empresa utiliza diversos insumos e equipamentos importados, o que faz com que os valores das moedas integrem variáveis de primeira grandeza no planejamento econômico do negócio. Além disso, o mercado de produção de energia é impactado por regulações. Segundo Maciel, o crescimento do setor é também desafiado por juros altos e políticas fiscais.
Para ele, em contrapeso a esses desafios, tem-se uma mineração em alta e modelos como as parcerias público-privadas (PPPs) podem trazer boas oportunidades para obras de saneamento.
A Pedra Branca acredita que a relação com a pesquisa acadêmica, responsável pela formação de novos engenheiros, deve ser mantida. Fruto dessa crença e do investimento nessa parceria com as universidades é que, na metade do ano passado, um artigo jornalístico produzido pela empresa foi publicado pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP).
"Valorizamos a inovação como base do negócio", afirma Maciel, que destaca o investimento em múltiplos projetos de pesquisa e desenvolvimento. Segundo o diretor, cada experimentação oferece aprendizados que ajudam a empresa a se manter na vanguarda do setor. A PBEsc mantém laboratórios próprios para a criação e o aprimoramento de técnicas.
Alguns dos exemplos são os estudos de plano de fogo em túneis, testes de pré-cortes e materiais específicos para otimizar as escavações. A empresa busca métodos que reduzam custos, como injeções, tirantes e suporte ao túnel. "Trouxemos para o Brasil a tecnologia de autoperfurantes, que permite furar e cravar em uma só operação", ressalta.
Finalmente, na conclusão da entrevista, ficou clara a importância da tecnologia como fator decisivo para o crescimento da Pedra Branca. A empresa implementou o sistema SAP (ERP) no início de 2023 e permaneceu em fase de configuração e capacitação até 2024. Maciel enfatiza que houve adesão de toda a equipe nesse processo.
"Em 2025, vamos ativar o módulo de serviços e conectaremos o SAP ao sistema de RH e à telemetria dos equipamentos, para ampliar nosso Business Intelligence (BI)", explica. A Pedra Branca também inova ao implementar um controle de estoque detalhado, acompanhamento que poucas empreiteiras no país realizam.